domingo, 30 de novembro de 2008

SOLAR DE BERTIANDOS



Foto de Anabela Falcato - Olhares


Solar minhoto com capela, em Ponte de Lima, cuja história remonta ao século XV, quando Fernão Pereira e sua mulher, Maria Vasques Malheiro, o receberam em troca do padroado da igreja de S. Tiago de Cristelo. Em 1566, Inês Pinto, nora dos primitivos donos, edifica uma torre medieval ameada, que ainda hoje se encontra no centro do solar como símbolo da antiguidade da casa. Esta senhora estabeleceu dois vínculos, doando-os a cada um dos seus filhos. As duas partes mantiveram-se em disputa ao longo de várias gerações, sendo depois reunidas através do casamento de dois primos, em 1792. Esta separação dos vínculos levou à edificação de casas com alas separadas junto da torre, uma das quais mais avançada. O conjunto apresenta uma traça barroca, pelo cuidado decorativo que é posto na fachada, mas revela, pelas soluções arquitectónicas, um gosto maneirista. Pormenor curioso é uma seteira móvel numa das janelas sobre a escadaria, que defendia a casa dos ataques dos bandos armados, muito frequentes em finais de setecentos e em oitocentos. O Solar de Bertiandos é um notável exemplo do rural barroco nortenho, concentrando esforços no sentido de criar uma fachada dinâmica, monumental e imponente, em oposição a um tratamento interior mais sóbrio, pesado e austero. A torre liga-se em cada um dos lados a dois edifícios do século XVIII, distintos mas dotados de alguma simetria, que ostentam uma escadaria central onde se revela uma tendência típica do conservadorismo barroco nortenho, visível no patamar superior assente sobre arcaria, sustentada por colunas arcaizantes, a competir com uma outra influência francesa, plasmada no amplo patamar inferior, de perfil quadrangular, à semelhança do Paço dos Duques de Guimarães. O traçado é algo irregular, na medida em que um dos corpos, dotado de dois torreões em cada extremidade, é mais alto e avançado que o outro. O seu corpo central é rasgado por uma colunata assente em bases sólidas unidas por gradeamento, coroada por friso simples. O andar térreo é marcado pela presença de portas e janelas de vão recto e protegidas por gradaria. Os torreões simétricos e rematados por duplos pináculos denotam alguma desproporção, sobretudo a nível do remate em frontão triangular das janelas centrais. O outro corpo, também ele longo, direito e simétrico, é formado por um núcleo central com o andar térreo marcado por dupla arcaria, encimada por uma varanda formada por duas portas-janelas. Em cada um dos lados deste núcleo corre uma colunata idêntica à do corpo dos torreões, encimada por um coroamento de pináculos. Por debaixo da varanda, o andar térreo é definido pelo conjunto de arco ladeado por duas janelas. A fachada posterior é animada por uma varanda com canteiros em alegrete, destacando-se desde logo as estátuas que enquadram a escadaria que conduz ao jardim barroquizante. No interior, o solar nortenho revela-se em sintonia com a estruturação espacial desenvolvida no sul, privilegiando uma orgânica racional e coerente. Destacam-se ainda as salas de cariz setecentista, a biblioteca e a capela do século XVII. Ao contrário do exterior, cujo dinamismo é acentuado pelo enquadramento do granito escuro, ao interior preside um espírito mais desornamentado que recorda as atmosferas maneiristas.
Está classificado como imóvel de interesse público desde 1977.




Solar de Bertiandos. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008.

sábado, 15 de novembro de 2008

Igreja Matriz de Ponte de Lima, ou Igreja Paroquial de Santa Maria dos Anjos

foto - vribeiro



foto - vmgdr`s


PONTE DE LIMA (Portugal): Igreja Matriz de Ponte de Lima, ou Igreja Paroquial de Santa Maria dos Anjos, datada da primeira metade do século XV. Constituída por uma única nave, todos os espaços que se observam actualmente, para além da capela mor são acrescentamentos posteriores. , ou Igreja Paroquial de Santa Maria dos Anjos, datada da primeira metade do século XV. Constituída por uma única nave, todos os espaços que se observam actualmente, para além da capela mor são acrescentamentos posteriormente.






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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

igreja paroquial de S. João da Ribeira


Descrição

Planta longitudinal, composta por nave única e capela-mor, rectangulares, com sineira e capela, rectangulares, adossados a S., e capela, anexo e sacristia, rectangulares, adossados a N. Volumes escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e três águas. Fachadas rebocadas e caiadas e em alvenaria de granito, percorridas por cornija saliente, assente, na nave, em cachorros, lisos e decorados com motivos geométricos e elemento antropomorfo, possuindo pilastras nos cunhais da frontaria e capelas laterais, coroadas por pináculos, e cruzes sobre acrotério no remate de todas as empenas. Fachada principal, em empena, orientada a O., com portal de verga recta, encimado por cornija saliente e arquitrave e sobrepujado por janelão rectangular. Sineira com dois registos, marcados por cornija recta, sendo o 1º cego e no 2º com ventana de arco pleno, com sino de metal, sobrepujada por cornija, coroada por pináculos, com cruz e catavento, ao centro. Alçados laterais, onde é visível o escalonamento dos corpos, rasgados por janelas rectangulares em todos os corpos, e portais, de uma arquivolta, em arco pleno, do lado do Evangelho, e de arco ligeiramente apontado, do lado da Epístola, com tímpano suportado em impostas lisas, na nave, e de verga recta, na capela lateral e anexo. Alçado posterior com janela rectangular na sacristia. INTERIOR em alvenaria regular de granito, com pavimento soalhado e tendo tecto, de madeira, em masseira, com caixotões entalhados e pintados, com florões relevados nos vértices, e pintados contendo inscrições com o Hino Litúrgico de São João, sobre cornija em madeira, também pintada. Coro-alto assente em arco abatido, em madeira, com balaustrada entalhada e órgão de armário. O sub-coro apresenta guarda-vento de madeira, com portas entalhadas, pia de água benta, estriada, ladeando o portal pelo lado da Epístola, e pia baptismal, do lado do Evangelho. A nave possui duas portas-confessionários, articuladas, em madeira, confrontantes, púlpito de base rectangular, sobre mísula pétrea, com balcão de talha dourada, do lado do Evangelho, e capelas colaterais, confrontantes, em vão de arco pleno assente em pilastras toscanas. Têm tecto em abóbada artesoada, pintada com motivos fitomórficos e com florão relevado no vértice e albergam retábulos em talha dourada e branca. Arco triunfal, pleno, sobrepujado por oratório, em talha policroma, com a representação da Santíssima Trindade, ladeado por dois retábulos de talha dourada. Capela-mor, com lambril de azulejos, porta rectangular para a sacristia, do lado do Evangelho, e sobre supedâneo com acesso por três degraus, retábulo de talha dourada, albergando trono eucarístico. Tem tecto em caixotões entalhados e pintados, com florões, assente em cornija saliente suportada por consolas decoradas com enrolamentos.


Características Particulares
Dos elementos da construção românica, provavelmente da segunda metade do séc. 13, restam, somente, os portais laterais de modinatura sensivelmente diferente, visto que um é de arco pleno e o outro ligeiramente apontado, a cachorrada da nave, elementos de cornija enxaquetada, no topo da nave, e, por cima do janelão da fachada principal, um tímpano decorado, reaproveitado neste paramento. A padieira do portal principal é encimado por fresta de descarga de forças. O lajeado fronteiro ao portal principal incorpora uma tampa sepulcral, em mármore. É provável que a igreja tenha tido uma primeira ampliação no séc. 17, com feitura das capelas colaterais, as menos profundas, e depois uma outra no séc. 18, já que os retábulos laterais avançam sobre aqueles arcos. O arco do coro-alto assenta, de modo invulgar, sobre 2 confessionários rectangulares confrontantes. Os tectos da navce e capela-mor apresentam estrutura típica do séc. 17, mas foram repintados no séc. 19, destacando-se o da nave, por apresentar as cornijas e traves também pintadas. O órgão positivo de armário no coro-alto deve ser igualmente do séc. 19. Nas capelas colaterais, os retábulos, de estrutura semelhante e em talha policroma, são de estilo joanino, e as sanefas das janelas dos finais do séc. 18. Os retábulos laterais são de transição de estilo nacional para o joanino e, juntamente com o retábulo-mor, de estilo nacional, constituem notáveis peças de talha, revelando um trabalho de superior qualidade artística. A representação da Santíssima Trindade sobre o arco triunfal é joanino. O púlpito, com acesso rasgado na espessura da parede da capela lateral, e o retábulo dedicado a Nossa Senhora do Rosário aparentam grande similitude estilística com o retábulo de invocação de Nossa Senhora das Dores, na Igreja Matriz de Ponte de Lima, cujo entalhador foi o artista Miguel Coelho. A imagem do menino sobreposto ao pelicano, que encima o retábulo de Santo António, é um motivo que aparece na arquitectura barroca bracarense, nomeadamente no Chafariz dos Pelicanos, na Praça do Município ( que veio do extinto Convento dos Remédios ) e num chafariz do Santuário de Porto de Ave ( Póvoa de Lanhoso ). O sacrário do retábulo de Santo António ostenta os símbolos da Paixão. Os pequenos altares entre as capelas das naves são neorococós.


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ponte de Estorãos


ponte de Estorãos, ponte romântica dos fins do século XIV .

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Paço do Marquês


foto antonio ribeiro (manekas)-olhares

Paço do Marquês de Ponte de Lima (Praça da República) Construção de 1464/1469 que, com o castelo, formaria uma obra singular, acentuando a posição hegemónica que a cidadela tem sobre a vila, adaptando-se à morfologia do lugar.

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torre da cadeia - Ponte de Lima




No reinado de D. Manuel, para além do ameamento da ponte, edificou-se a Torre da Cadeia (principal elemento do complexo defensivo da vila que ainda resta). A ela associou-se a Porta Nova, facto que gerou uma alteração urbanística da localidade, criando uma nova centralidade ribeirinha no local da antiga judiaria.




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ponte mediaval- Ponte de Lima


foto- paulo gomes/ olhares

Ponte de Lima - Ponte Romana

Ponte lançada sobre rio, formada por 2 troços distintos, um romano e outro medieval. O troço medieval, com tabuleiro rampante muito suave, assenta sobre 15 arcos quebrados à vista (um deles ainda com soleira), com talha-mares de forma prismática a montante encimados por olhais também de arco quebrado.

Parapeito com alvéolos marcados e, sensivelmente a meio, na guarda a montante, cruzeiro de coluna facetada, cruz latina de braços em flor-de-lis e escudo no capitel. Pavimento lajeado e com ralos de escoamento para as gárgulas, de canhão, que se dispõem irregularmente.

A Norte subsiste base de uma das torres que a fortificava, de planta quadrangular, e com base avançando para jusante. Tem erguida "alminha", de planta rectangular, de frontespício revestido a azulejos, ladeado por aletas e encimado por frontão curvo com cobertura de telha coroada por pináculos e cruz.

À torre liga-se o troço romano, muito simples, de tabuleiro rampante assente sobre 7 arcos a pleno centro e quebrado, dispostos irregularmente e de diferente vão. Um deles está encoberto a montante pelo maciço onde assenta a igreja de Santo António e um outro, a jusante, está entaipado. Parapeito marcado por alvéolos.


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